Delonix regia
Helena Ferreira
Zara Sampaio
Nome comum
Flamboyant
Philippe
Tomás
Nome tétum
Ai-akasi
Philippe
Tomás
Conservação
Pouco Preocupante (LC)
IUCN-Red List Index
Philippe
Tomás
Descrição científica
O flamboyant é uma árvore frondosa e de tronco forte, ligeiramente torcido e consegue chegar aos 12 metros de altura. A sua copa tem um formato largo (oblongo) e o seu crescimento é relativamente rápido. O período de floração ocorre nos meses de outubro a dezembro e a frutificação, de março a julho. As folhas são caducifólias, medem em média 30 a 60 cm de comprimento, são pecioladas e revestidas por pelos finos e curtos, recompostas com folíolos pequenos medindo de 1 a 1,5 cm de comprimento e caducos (decíduos). As raízes são bastante agressivas, com parte delas acima da superfície, tornando-a imprópria para a ornamentação de calçadas, ruas ou próximo à tubulações de água, esgoto, paredes e até mesmo fiação elétrica. As flores apresentam as cores vermelha-alaranjada ou amarelas. Cada flor possui 5 pétalas, sendo uma delas maior, com face superior raiada de vermelho ou laranja sobre um fundo branco com bordas avermelhadas, e 5 sépalas. A semente é dura, alongada, com 1,70 cm de comprimento em média (nunca mais de 2 cm) e a cor é castanho-clara. O seu fruto é do tipo vagem, de cor castanho-escuro, possui grande tamanho e permanece na árvore por mais de seis meses.
Aplicações:
É utilizada na medicina como antioxidante e ainda trata dores, inflamações e tem-se mostrado eficaz no combate contra as bactérias.
Localização:
A espécie é nativa do sul de Madagascar. Posteriormente espalhou-se pela zona tropical da África continental, sendo depois levada a outros continentes, como a Europa e as Américas.
Apreciação crítica
A Aikasi, tal como outras árvores, tem outros nomes, sendo conhecida como flamboyant ou, cientificamente, como Delonix regia. Esta espécie de planta cresce facilmente em solos planos e bem irrigados, que promovem uma boa ou excelente drenagem, sendo esta importante no primeiro ano de cultivo. A árvore tolera temperaturas médias, na casa dos 20°, embora não tolere geadas e temperaturas abaixo de 2º C por longos períodos de tempo. Deste modo, se justifica a abundância desta árvore em áreas tropicais, como Timor-Leste.
Esta árvore encontra-se na zona da Areia Branca, em Díli; as folhas e os ramos crescem em direção ao céu, mas viradas para o mar.
A planta é especial, se calhar mais do que outras, pois tem várias utilidades, nomeadamente, para fins ornamentais e paisagísticos, devido à beleza das suas cores que encantam e dão vida aos locais. É ainda utilizada como ração animal e como lenha, além das suas múltiplas propriedades medicinais e, adicionalmente no seu habitat original, os troncos, por vezes são escavados para fazer canoas. As sementes são comestíveis e a resina é usada como cola para selar as canoas.
Nós escolhemos esta árvore pelo seu grande valor histórico, relacionado com a luta pela libertação de Timor-Leste e do combate contra a invasão Indonésia.
Outra curiosidade acerca desta árvore é que, durante a permanência da força Indonésia em Timor-Leste, estas árvores estiveram relacionadas à resistência timorense, visto as flores terem as cores da bandeira portuguesa, as flores são amarelas e vermelhas e as folhas verdes, e porque a língua portuguesa era utilizada como a língua da resistência.
Sabe-se que nesta altura, as forças indonésias mandaram cortar muitas destas árvores, porque relacionadas com a resistência, sendo também o motivo pelo qual hoje em dia se encontram poucas aikasis na cidade de Díli.
Anito Matos, um músico timorense muito conhecido, foi perseguido e compôs uma música fazendo referência a esta árvore; assim, os militares indonésios relacionaram esta música à resistência e o autor foi interrogado e perseguido.
A característica desta árvore e o seu relacionamento com a resistência timorense acaba por dar um valor histórico significativo que a torna não apenas uma