Sonneratia alba
Tomás Cabral
Philippe Sam
Nome comum
___
Philippe
Tomás
Nome tétum
Ai-parapa
Philippe
Tomás
Conservação
Pouco Preocupante (LC)
IUCN-Red List Index
Philippe
Tomás
Descrição científica
A Sonneratia alba é uma árvore de copa larga e extensa, geralmente de 15 a 20 metros, chegando por vezes a atingir 40 metros de altura. O ciclo reprodutivo da árvore dura aproximadamente 5 meses: a floração ocorre durante o período seco e a sua frutificação ocorre durante a curta estação chuvosa. O tronco possui um diâmetro até 70 cm, a cor da casca varia entre creme e castanho, com fissuras longitudinais finas e lisas. A casca torna-se cinzenta abaixo da marca da maré. A árvore é cercada por raízes aéreas grossas e rombudas (raízes verticais que surgem de raízes horizontais). Estas raízes variam em tamanho, entre 30 a 100 cm de altura, e ficam expostas durante a maré baixa e submersas durante a maré alta. As folhas são elípticas a ovais, com ponta foliar arredondada e as folhas mais jovens possuem uma marca rosa na ponta. As flores são brancas com numerosos estames brancos. Os estames são eliminados logo após a floração, que só acontece numa noite. Os frutos são carnudos, duros, redondos e achatados, com um cálice persistente na base em forma de estrela. O fruto contém 100 a 150 sementes brancas, muito pequenas, achatadas e flutuantes. As sementes, comparativamente com as restantes árvores do mangal, são das mais pequenas.
Aplicações:
A madeira da árvore é usada para lenha, para construir barcos e pontes. Os frutos são comestíveis, sendo comidos crus ou usados para dar sabor ao peixe. A árvore tem ainda um papel importante na consolidação do solo impedindo a sua erosão.
Localização:
Encontra-se distribuída desde a costa tropical da África Oriental ao Sudeste Asiático. Pode ainda ser encontrada na Papua Nova Guiné, na Austrália e no Pacífico Ocidental.
Apreciação crítica
A Sonneratia alba é uma espécie de árvore de mangue que tem grande importância no nosso país. Em Tétum, esta árvore é conhecida pelo nome de "Ai-Parapa", um nome que abrange todas as espécies de árvores de mangue existentes em Timor, pois são todas as árvores que existem na costa, junto ao mar.
A Sonneratia alba cresce naturalmente em áreas tropicais, quentes e húmidas; logo, ela é originária de Timor-Leste e outros países como a Indonésia, Singapura e até a África Oriental.
Esta espécie encontra-se sempre junto ao mar, nas partes rasas das marés calmas e litorais; ela cresce tanto em solos arenosos ou rochosos e lamacentos. Esta espécie possui várias funções, sendo muito útil à comunidade, desde o tronco até aos próprios frutos: o tronco da árvore é utilizada para lenha e também se utiliza na construção de casas e de barcos de pesca; a sua fruta ácida é às vezes consumida crua ou é usada para dar sabor ao peixe e as suas folhas também são consumidas cruas ou cozidas em alguns países.
A árvore que escolhemos localiza-se numa praia no leste da cidade de Dili, próximo do Cristo Rei e faz parte de um conjunto de 4 a 5 outros "Ai-Parapa" da mesma espécie nessa praia e são o único conjunto de árvores de mangue na cidade de Díli inteira, sendo as próximas florestas de mangue localizadas em Tibar e Hera. Em Timor, raramente aproveitamos da madeira e fruta que a árvore fornece, no entanto, aproveitamos dos caranguejos e outros seres vivos que consideram a árvore seu habitat.
Nós escolhemos esta árvore porque o ‘Ai-Parapa’ é importantíssimo na conservação da biodiversidade e na proteção de ecossistemas, a árvore consolida o solo abrigando e protegendo a terra da erosão e serve como habitat para diversos animais marinhos contribuindo ao aumento da biodiversidade na nossa costa, sendo tão importante que o governo timorense já desenvolveu vários projetos que visam repovoar a nossa costa com florestas de mangue. Outra razão para escolher esta árvore é simplesmente por ser muito bonita e única; quando a maré está baixa conseguimos ver as suas raízes e muitos dos animais que lá habitam, sendo um dos melhores lugares para ver o pôr do sol.